O grupo
ultrarradical Estado Islâmico (EI) afirmou que entregou mulheres e crianças
iraquianas a seus combatentes como "prêmio" de guerra, com a
pretensão de ter restabelecido a escravidão em seu califado
Na edição mais
recente de sua revista de propaganda, Dabiq, publicada no domingo (12), a
organização extremista sunita admite pela primeira vez de forma aberta que está
entregando como escravos os integrantes da comunidade yazidi, que pratica uma
religião sincretista*. As vítimas são dadas como prêmio de guerra a seus
combatentes.
Em julho deste
ano, o Conselho de Segurança das Nações Unidas denunciou a perseguição a
cristãos e outras minorias no norte do Iraque, lar de comunidades minoritárias
durante centenas de anos. Hoje, eles são alvo do grupo conhecido como o Estado
Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS) e seus aliados.
O Conselho
condenou nos termos mais fortes “a perseguição sistemática de indivíduos de
populações minoritárias e daqueles que se recusam a aceitar a ideologia
extremista do EI”. As autoridades não têm notícias sobre o paradeiro de
centenas de mulheres e crianças.
Em um artigo que
tem como título "A recuperação da escravidão antes da hora", a Dabiq
afirma que ao escravizar pessoas acusadas de professar uma crença religiosa
desviada, o EI restaurou o sentido original de um preceito da sharia, a lei
islâmica.
"Após a
captura, as mulheres e crianças foram divididas, segundo a sharia, entre os
combatentes do Estado Islâmico que participaram nas operações de Sinjar",
afirma o texto.
O único outro caso
conhecido – embora muito menor – é o da escravização de mulheres cristãs e
crianças nas Filipinas e na Nigéria pelos mujahidin [jihadistas].
O EI proclamou, em
29 de julho, a criação de um califado nos territórios sob seu controle no
Iraque e na Síria, onde cometeu várias atrocidades, como sequestros, estupros e
assassinatos.
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