Mais de um terço dos cristãos
da Síria não estão mais no país desde o início da guerra civil, afirma o maior
líder católico sírio, Gregório III Laham. Em uma entrevista à BBC, ele disse
acreditar que mais de 450 mil cristãos estão refugiados ou mortos.
No entanto, afirmou que a
comunidade cristã da Síria irá sobreviver. Segundo Laham, os cristãos devem
testemunhar uma nova forma de vida e novos valores ao mundo árabe durante a
atual crise. “A nossa missão é tentar mudar a visão do mundo árabe”.
Até 2012, a guerra tinha um
tom político-militar e a minoria cristã desfrutava da proteção do Exército, sob
orientação do governo. Com a entrada de grupos fundamentalistas como a Al-Qaeda
e Levante, o conflito na Síria testemunhou um aumento exponencial da violência
contra os cristãos, acusados de serem aliados do governo atual.
Obviamente, o número exato de
cristãos mortos na Síria por muçulmanos é impossível de saber, mas está na casa
dos milhares. Um porta-voz da Portas Abertas, missão que apoia cristãos
perseguidos por causa da fé, acredita que muitos ainda sairão em busca de
refúgio nos países vizinhos. “Os incidentes de perseguição hoje em dia são
aparentemente implacáveis. Quase todos os dias, igrejas são queimadas, cristãos
são pressionados a se converter ao islamismo, há violência contra suas casas,
seus filhos são raptados ou estuprados e existe discriminação nas escolas e
locais de trabalho. A lista de problemas na região é ainda maior”, disse o
líder cristão.
Este mês foi lançado em
Londres um novo relatório elaborado por agências cristãs, indicando que a
perseguição aos cristãos está piorando em todo o globo. Os piores problemas, de
acordo com esse relatório, atualmente estão na Coreia do Norte e na Eritreia.
“A principal conclusão do
relatório é que, em dois terços dos países onde a perseguição aos cristãos é
mais grave, os problemas tornam-se cada vez piores”, disse John Pontifex, um
dos autores do relatório. ”Na verdade, a própria sobrevivência da Igreja em
algumas regiões, em especial no Oriente Médio, está correndo sério risco.”
O relatório sugere ainda que
a chamada Primavera Árabe se transformou em um “Inverno cristão”, pois em meio
às convulsões políticas, os que mais sofreram foram os membros das minorias
cristãs nestes países.preso, sendo expulso do país em seguida.
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