Quatro cristãos do Irã foram
condenados a receber 80 chicotadas cada um. São acusados de beber vinho, algo
proibido pela lei do país. Na verdade, eles participavam de um culto em uma
casa onde foi servida a “Ceia do Senhor”. Eles também foram punidos por terem
uma antena parabólica.
Behzad Taalipasand, Mehdi
Reza Omidi, Mehdi Dadkhah e Amir Hatemi pertenciam a uma igreja doméstica, o
que é proibido no Irã. No final do ano passado, Taalipasand e Omidi foram
detidos durante uma onde de repressão do governo iraniano contra as igrejas. A
informação está sendo divulgada pela ONG Christian Solidarity Worldwide (CSW).
Os homens só receberam sua
condenação dia 20 de outubro e têm 10 dias para recorrer da sentença. Mervyn
Thomas, diretor executivo da CSW, disse: “As sentenças proferidas contra esses
membros da Igreja do Irã na prática criminalizam o sacramento cristão da Ceia
do Senhor e constitui uma violação inaceitável ao direito de se praticar a fé
de forma livre e pacífica.
A denúncia ocorre na mesma
semana que foi publicado um relatório das Nações Unidas onde se critica a
república islâmica do Irã pela perseguição aos não-muçulmanos. Segundo Ahmed
Shaheed, relator especial da ONU sobre os direitos humanos no Irã, havia a
promessa do novo presidente, Hasan Rouhani, de reduzir punição às minorias
religiosas.
“Pelo menos 20 cristãos
estavam na cadeia em julho de 2013″, afirma o relatório. “Além disso, continuam sendo
relatadas violações
dos direitos dos cristãos,
particularmente os de grupos evangélicos.
Em sua maioria, são muçulmanos convertidos ao cristianismo”.
Estima-se que existem cerca
de 370 mil cristãos no Irã. Os líderes religiosos islâmicos veem o cristianismo
como uma ameaça à maioria ultra ortodoxa islâmica xiita que predomina no país.
Existe a possibilidade de pena de morte para os muçulmanos que se convertem.
A ONU informa ainda que mais
de 300 cristãos foram presos desde 2010. Além das dezenas de líderes e membros
de igrejas foram condenados por crimes contra a segurança nacional apenas por
se envolver em cultos, organizar grupos de oração, fazer proselitismo e
participar de seminários cristãos no exterior.
Em resposta ao relatório, o
governo iraniano criticou o Dr. Shaheed. Segundo a televisão estatal do país, a
missão da ONU “não estudou devidamente o sistema legal do Irã e a cultura
islâmica e considera tudo o que ele vê no Ocidente como um padrão internacional
para o mundo inteiro”.
Esta é a segunda vez esta
semana que a situação dos cristãos no Irã é destacada pela mídia. O pastor Eddie Romero foi preso segunda-feira
(21) enquanto fazia um protesto do lado de fora da Prisão de Evin, na capital
Teerã. No local, encontram-se pelo menos cinco cristãos que foram presos
ilegalmente no país, inclusive Saeed Abedini.
O pastor Abedini está preso há mais de um ano por tentar evangelizar
muçulmanos. Eddie ficou preso 24 horas preso, sendo expulso do país em seguida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário