Uma proposta feita por um grupo de magistrados
britânicos pode acabar com a antiga tradição de jurar sobre a Bíblia para dizer
a verdade no tribunal. Em vez disso, testemunhas e réus teriam quer fazer uma
promessa de não mentir, sem mencionar Deus, reconhecendo que poderiam ser
presos se forem pegos mentindo. De acordo com a associação de magistrados
responsável pela proposta, a mudança deve ser feita porque “ninguém leva a
sério” o juramento feito sobre o livro sagrado do cristianismo.
De acordo com a proposta, os livros sagrados
seriam removidos e o juramento seria algo como: “Eu prometo agir com
sinceridade para dizer a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade; e
eu entendo que se eu não fizer isso eu vou estar cometendo um delito pelo qual
eu vou ser punido e posso ser enviado para a prisão”.
Críticos da proposta dizem que o plano
controverso minaria herança cristã da Grã-Bretanha. Eles argumentam ainda que
já existe a opção para os não crentes de fazer um juramento secular, enquanto
os fiéis de outras religiões podem jurar em seus próprios textos sagrados.
- Seria inaceitável para a liberdade escolha
fazer com que o juramento religioso venha a ser removido – argumentou o jurista
Lord Carlile.
- Tendo em conta que o último censo mostrou que
quase 60 por cento dos inquiridos se identificaram como cristãos e dois terços
como pessoas de fé, esta proposta parece ignorar a realidade estatística que
continuamos a ser um povo fiel – argumento o reverendo Arun Arora, diretor de
comunicações para a Igreja da Inglaterra.
O magistrado Ian Abrahams, 62 anos, que propôs o
fim do juramento, defende a proposta afirmando não se tratar de uma medida
antirreligiosa.
- Estou sugerindo que coloquemos os livros
sagrados fora do processo. Em vez disso, as pessoas vão ter que mostrar que
entendem que podem ser enviadas para a prisão se não disserem a verdade –
explica, segundo o Daily Mail.
O plano será debatido na Assembleia Geral da
Associação dos Magistrados, que representa 23 mil juízes leigos, em Cardiff, em
19 de outubro. Porém, apesar da polêmica em torno do tema, um porta-voz do
Ministério da Justiça afirmou não existir planos de mudar a modalidade de
juramento “que funcionou bem por muitos anos e ainda funciona”.
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