Apesar de não
configurar entre os 50 países da Classificação da Perseguição Religiosa, a
Rússia (54º lugar na Classificação) ainda apresenta fatores que elevam o quadro
de perseguição no país. Os principais motores da perseguição na Rússia são a
paranoia ditatorial e o extremismo islâmico
Sob a presidência
de Wladimir Putin, ex-agente da KGB, as restrições ao cristianismo e à igreja
cristã são cada vez mais introduzidas na legislação. O governo autoritário
continua a restringir a liberdade de expressão, de reunião, a liberdade de
religião e de outros direitos humanos.
De acordo com
Victor Ignatenkov, pastor cujo avô – também pastor – foi assassinado por ser
cristão, o relacionamento próximo do presidente Putin com a Igreja Ortodoxa
(considerada oficial no país), tem ajudado a ressuscitar a igreja que foi
massacrada pelo Estado. “Putin pode professar a fé que quiser”, diz Victor.
“Mas o que importa para nós, o que valorizamos é que, como presidente, ele
mantenha uma posição neutra. Nós não experimentamos limitações governamentais
porque somos batistas”.
Mas nem todos os
líderes de igreja podem dizer o mesmo. O governo se recusa a reconhecer algumas
religiões, o que significa que as liberdades religiosas são limitadas. Um
relatório do Departamento de Estado dos EUA, no ano passado, criticou
severamente a Rússia por seu tratamento para com os grupos religiosos
minoritários, predominantemente cristãos.
Membros desses
grupos podem estar sujeitos a leis arbitrárias e terem negados o acesso a
locais de culto ou vistos para missionários visitantes, diz o relato. Alguns
enfrentam violência física.
O extremismo
islâmico tem sido outra forte fonte de perseguição no país. Nas várias
república nas encostas do norte do Cáucaso (Daquestão, Chechênia, Inguchetia,
entre outras), extremistas muçulmanos têm lutado contra o exército russo a fim
de estabelecer um emirado muçulmano. Muitos russos étnicos deixaram suas casas,
devido a violência instaurada na área. Igrejas têm perdido seus membros, ou
para a violência de grupos radicais muçulmanos, ou pelo medo de se declarar
cristão. Convertidos do islamismo estão cada vez mais acuados e mantêm sua fé
em segredo, por medo de ser executado.
Além disso, o
aprofundamento da divisão entre o Ocidente e a Rússia pode causar sérios
problemas aos cristãos. Em uma entrevista para a revista alemã Der Spiegel, em
janeiro deste ano, o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev disse que está
‘verdadeira e profundamente preocupado’ com a relação entre a Rússia e o
Ocidente. “Novos muros estão sendo construídos e a situação pode piorar muito”,
relata.
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