O Ministério da Educação no Reino
Unido fechou uma escola cristã, acusando a equipe de não ensinar os alunos a
serem mais tolerante com outras religiões.
O Instituto Britânico de Padrões
da Educação (OFSTED, na sigla em inglês), elaborou um relatório onde mostra que
a Escola Livre Durham ensina apenas crenças cristãs, em vez do
“multiculturalismo”.
“Os líderes não estão preparando
os alunos para a vida na Grã-Bretanha moderna. Alguns estudantes têm visões
discriminatórias sobre as pessoas que têm crenças, valores e fé diferentes das
suas”, afirma o relatório.
Para o governo britânico, a
postura da escola de contratar apenas cristãos é errada. Tradicionalmente na Inglaterra, as escolas
são ligadas a igrejas cristãs. Muitas têm enfrentado dificuldades por serem
obrigadas a minimizar o ensino do cristianismo e ensinarem sobre o Islamismo,
religião que mais cresce no país.
Os funcionários da escola
contestaram o relatório, dizendo: “Há uma série de irregularidades na ação que
o governo está tomando”. Dezenas de pais têm escrito para defender a escola,
afirmando que ela faz uma grande diferença na vida de seus filhos. Lembram que
seus filhos estão recebendo uma excelente educação.
A chamada “Lei de Igualdade” foi
instituída em 2014 no Reino Unido, exigindo uma maior aceitação de homossexuais
e transgêneros, bem como pessoas de outras religiões e raças. A Secretária
Nacional de Educação Nicky Morgan defende que se trata de um plano para
diminuir o radicalismo religioso na Inglaterra.
Desde o ano passado, as escolas
inglesas não podem mais ensinar sobre o criacionismo e faz parte do currículo
desde as primeiras séries “a promoção do respeito pelos direitos dos homossexuais”.
O relatório semestral do OFSTED
implica no corte dos repasses que o governo faria, tornando financeiramente
inviável a manutenção das escolas que não se adequem. Em linhas gerais, a recomendação contra a
Escola Durham pode abrir um precedente perigoso, ameaçando todas as
instituições de ensino que não seguirem as imposições do governo.
Alegando “visões
discriminatórias” na visita que fizeram à escola no final do ano passado, os
funcionários do OFSTED fizeram uma série de perguntas aos alunos e basearam sua
avaliação nos resultados obtidos.
A direção da escola se defende,
relatando que um dos inspetores perguntou a um menino de 12 anos de idade o que
é um muçulmano. A resposta da criança fazia referências a atividades
terroristas. Embora a escola garante que não ensina isso em sala de aula, o
OFSTED acredita que era responsabilidade dos professores.
A Escola Cristã de Grindon Hall
também foi reprovada pela OFSTED, mas por outro motivo. Segundo a direção, os
inspetores questionam as crianças sobre os seus conhecimentos de outras
religiões e também sobre sexualidade. No primeiro momento, a escola foi
rotulada de “intolerante” e passará por uma análise mais aprofundada.
O diretor Chris Gray afirma que
crianças com idade entre 6 a 9 foram questionadas sobre se eles sabiam o que os
homossexuais faziam e se alguma delas acreditava ter nascido “no corpo errado”.
Para Gray, a escola estava sendo preterida por que ensina sobre o cristianismo,
enquanto a maioria das outras escolas da região já não o fazem.
Simon Calvert, do Instituto
Cristão da Grã-Bretanha, saiu em defesa da Durham e da Grindon Hall. De acordo
com a agência BBC, o OSFTED também criticou as escolas por estimularem o que
chamou de “intimidação baseada em preconceito”, uma vez que os alunos usaram um
tom negativo ao se referir a homossexuais e seguidores de outras religiões.
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