O governo comunista da China tem
demonstrado sua fúria contra os cristãos nos últimos tempos derrubando igrejas,
prendendo líderes das igrejas que não se submetem ao regime, chamadas de
clandestinas. Também aumentou o número de “sacerdotes” obedientes ao regime nas
igrejas “oficiais”. Por trás dessa escalada da repressão, o verdadeiro motivo é
o rápido crescimento da população de cristãos na China. Algo que o governo não
esperava e não deseja.
Oficialmente, existem hoje cerca
de 100 milhões de cristãos no país mais populoso do mundo. Estudiosos acreditam
que o número pode ser 3 vezes maior. Ao mesmo tempo, o Partido Comunista Chinês
continua seus esforços para recrutar novos membros ao longo dos últimos anos,
abrindo as suas fileiras para intelectuais e empresários e outras classes
anteriormente “suspeitas”, por defenderem o capitalismo.
Ainda assim, os membros totalizam
86,7 milhões, sendo que a maioria é comunista só de nome. Isso pode ser visto
como um fracasso do regime, que desde a revolução na década de 1940, defende
que o povo chinês não deveria acreditar em nenhum deus.
As milhares de igrejas derrubadas
ou confiscadas por ordem do Partido durante os anos 1950 e 1960 foram quase
todas reconstruídas ou reformadas. Em algumas delas, missas vêm sendo
celebradas de forma contínua há mais de 220 anos.
Na verdade, o Movimento
Patriótico da Tríplice Autonomia Igreja Protestante e a Associação Patriótica
Católica Chinesa foram estabelecidos pouco depois da revolução comunista,
ficando sob a direção do Partido Comunista. O objetivo era isolar as igrejas no
país e controlá-las tanto quanto fosse possível. Por exemplo, como a China não
tem relações oficiais com o Vaticano oficialmente, a inferência do Papa sobre a
Igreja Católica da China não é reconhecida.
Na última década, muitas novas
igrejas foram construídas, às vezes com permissão oficial, às vezes sem. Quando
o governo local nega permissão para construir uma igreja, os moradores
constroem um “salão social”, onde os encontros são realizados. Embora seja um
movimento mais recente, o número de evangélicos na China está crescendo muito
mais rápido que o número de católicos.
De acordo com um estudo da
Academia Chinesa de Ciências Sociais, pelo menos 45 milhões de evangélicos
estão organizados em igrejas domésticas. O número de católicos na China é
estimado em cerca de 12 milhões, segundo a organização católica Centro-China. O
número de católicos registrados é perto de seis milhões, tão alto quanto os membros
das igrejas católicas clandestinas.
O cristianismo na China tem uma
longa história. Os cristãos nestorianos chegaram ao país no século 7, mas
tiveram poucas conversões. Os jesuítas desembarcaram no século 16, acreditando
que se pudessem converter o imperador, milhões de chineses também abraçariam a
fé. Isso não aconteceu. Havia liberdade de culto e os missionários evangélicos
chegaram ao país no século 19. Com a revolução comunista no século 20, em
muitas regiões o cristianismo foi considerado extinto.
Porém, a abertura maior para o
ocidente nos últimos anos também “afrouxou” a perseguição em algumas regiões. A
Constituição afirma que os cidadãos chineses “gozam de liberdade de crença
religiosa.” Ao mesmo tempo, o Estado proíbe organizações públicas de qualquer
religião. Contudo, em 2012 o governo da China lançou uma campanha de três fases
para erradicar todas as igrejas evangélicas do país.
Estudiosos acreditam que o quadro
atual seja irreversível, embora o Partido Comunista continue criando “ondas” de
perseguição, como a destruição de monumentos cristãos ou a recente ordem para
retirar as cruzes de todas as igrejas.
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