As palavras de incentivo cantadas pelo cantor Clóvis de
Araújo, o fazem lembrar-se da conquista sobre o passado obscuro que teve. Ex-usuário
de crack, Clóvis lutou por oito anos para se livrar do vício, e hoje se dedica
a carreira de cantor gospel. Com um CD gravado, o músico, transmite sua
história em igrejas, casas de recuperação e até em ônibus do sistema Transcol
que circulam na região da Grande Vitória, servindo de inspiração para aqueles
que passam pela mesma situação que um dia já viveu.
Há seis anos, Clóvis viu sua vida se transformar para melhor,
mas segundo ele, encarar a mudança não foi uma tarefa fácil. ”Foi muito
difícil. Nos primeiros meses, às vezes ficava tão difícil que as pessoas diziam
‘você não vai conseguir, o crack já está no seu sangue’. Eu pedia a Deus ‘não
deixa eu dar mais desgosto para minha mãe’", contou.
De acordo com Clóvis, o envolvimento com as drogas começou de
forma simples.''Comecei a fumar o cigarro, depois a maconha, depois fui para o
crack. Aí que foi o pior na minha vida. Foram oito anos de escravidão. Só
usando droga e bebendo água. O crack não deixa comer. É uma vida maldita. “Eu
era uma caveira ambulante, andando na terra.”
Ainda segundo o cantor, apesar das inúmeras frases de
desestímulo, o sonho de se tornar uma pessoa melhor falou mais alto. “Disseram
que eu não ia conseguir. Por muitas vezes tentaram me parar. Mas eu não
desisti. Hoje estou aqui para contar minha história e dizer que eu sou
vencedor”, contou.
Dona Leonir dos Santos, mãe do músico, contou que foi por
meio da fé que buscou o caminho certo para o filho. "De tanto crack, ele
colocava um saco sujo nas costas e saía andando gagá da cabeça, juntando lixo e
colocando dentro daquele saco. Eu orava tanto que meu joelho minava sangue de
perna abaixo. E meu joelho tem a marca da oração”, disse.
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