O grupo extremista islâmico Boko Haram está
sequestrando mulheres cristãs e as transformando em escravas sexuais e
empregadas domésticas de seus jihadistas. A afirmação vem de um relato
publicado pela agência Reuters sobre Hajja, de 19 anos, que foi sequestrada
pelo grupo em julho.
Segundo a Reuters, a jovem foi apreendida pelo
grupo enquanto pegava milho perto de sua aldeia nas montanhas Gwoza, uma parte
remota do nordeste da Nigéria, e sob ameaça de morte foi forçada a se converter
ao Islã e casada com um dos lutadores do Boko Haram. A tática usada pelo grupo
tem sido comparada às práticas do Exército de Resistência do Senhor, de Joseph
Kony, nas selvas de Uganda.
A jovem relata que durante os meses que passou
como escrava em uma caverna nas montanhas Mandara, ao longo da fronteira
Camarões ao redor da cidade de Gwoza, era obrigada a limpar e cozinhar para os
guerrilheiros. Ela conta também que, antes de escapar, assistiu seus captores
cortar as gargantas dos prisioneiros e chegou a ser usada como “isca” em
armadilhas para capturar os inimigos do grupo extremista.
Denominado por alguns órgãos da imprensa
internacional como o “Taliban nigeriano”, o Boko Haram vê todos os não
muçulmanos como infiéis que deve se converter ou serem mortos. O grupo já matou
milhares durante uma insurgência de quatro anos contra o Estado nigeriano,
visando a polícia e as forças armadas, bem como políticos e, em seguida, se
voltaram contra os cristãos no norte predominantemente muçulmano de o país.
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