A situação de
guerra vivida atualmente pela Síria foi agravada pela tomada da cidade cristã
de Maaloula. Segundo relatos de testemunhas que fugiram da cidade, jihadistas
tomaram localidade e, armados, tentam obrigar moradores locais a se converter
ao islamismo, sob a mira de armas.
- Eles chegaram à
nossa cidade na manhã da última quarta-feira e gritaram: ‘Nós somos a frente
Al-Nosra’ – relatou uma mulher durante a semana, em Damasco, depois de
participar do funeral de três cristãos que foram mortos durante os combates
entre os rebeldes e o Exército.
Maaloula, uma das
cidades cristãs mais famosas da Síria, é conhecida mundialmente por seus
habitantes ainda falarem aramaico, o idioma falado por Jesus Cristo. A maioria
dos cristãos na cidade é católica bizantina. Estima-se que 80% dessa população
se refugiou em cidades vizinhas.
Ao longo de dois
anos e meio de conflitos étnicos e religiosos, milhares de pessoas têm perdido
suas vidas. Porém, ao longo da semana o mundo inteiro ficou chocado com imagens
divulgadas pela revista Time, feitas na cidade de Keferghan, onde quatro jovens
cristãos foram decapitados publicamente.
Um fotógrafo que
não foi identificado fez imagens e uma narrativa breve, do que presenciou. A
revista não confirmou, mas outras diversas afirmam que o motivo da morte deles
foi sua fé.
- Eu vi uma cena de
crueldade absoluta: um ser humano sendo tratado de uma maneira que nenhum ser
humano jamais deveria ser tratado… Eu não sei quantos anos a vítima tinha, mas
era jovem. Eles o forçaram a ficar de joelhos. Os rebeldes ao seu redor liam os
seus ‘crimes’ listados em um pedaço de papel. Eles o cercaram. O jovem estava
com as mãos atadas. Ele parecia congelado. Dois rebeldes sussurraram algo em
seu ouvido e o jovem respondeu de uma forma inocente e triste, mas eu não
conseguia entender o que ele disse… No momento da execução, os rebeldes
agarraram sua garganta. O jovem reagiu, mas três ou quatro rebeldes conseguiram
imobilizá-lo. Ele tentou proteger a garganta com as mãos, que ainda estavam
amarradas. Tentou resistir, mas os rebeldes eram mais fortes e cortaram sua
garganta. Depois, levantaram a cabeça. As pessoas aplaudiram. Todo mundo estava
feliz porque a execução aconteceu – relatou o fotógrafo.
Uma jovem síria,
identificada como Racha relatou que seu noivo, Atef, também foi decapitado por
membros do Exército Sírio Livre (ESL):
Liguei para o
celular dele e alguém disse: ‘Alô, nós somos o Exército Sírio Livre (ESL). Seu
namorado era um shabiha (fazia parte da milícia pró-governo), estava armado e
nós o degolamos’”, contou Racha, explicando que o homem revelou a ela que o
grupo tentou fazer com que Atef se convertesse ao islamismo e ele se recusou.
Jesus não veio
salvá-lo – teria zombado o rebelde.
Após a invasão
realizada pelos rebeldes, a agência de notícias estatal da Síria SANA disse que
o Exército informou o “progresso” em sua ofensiva contra os rebeldes em
Maaloula.
- O Exército tem
infligido pesadas perdas nas fileiras dos terroristas – relatou a agência,
usando um termo do governo para descrever os rebeldes.
- As operações
militares continuam na vizinhança de Maaloula e suas entradas – afirmou a SANA.
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