Uma exploração real, na década de 1930, liderada
pelo arqueólogo americano Nelson Glueck afirmou ter encontrado as verdadeiras
“minas do Rei Salomão”, não no interior da África, mas na região onde ficava o
reino bíblico de Edom.
Pesquisas realizadas ao longo do século 20
questionavam as afirmações de Glueck, especialmente após a descoberta de um
grande templo egípcio no centro do vale, em 1969. Para um grupo de influentes
arqueólogos, os antigos egípcios construíram as minas no século 13 a.C., em um
período muito anterior ao reinado de Salomão no século 10.
As recentes escavações em minas de cobre no
extremo sul de Israel podem oferecer novas evidências sobre o reinado de
Salomão, que dominou a região durante 40 anos. Sabe-se que durante a chamada
“Idade do Ferro”, teve início a exploração dos depósitos de cobre no Vale de
Timna, que hoje fazem parte de Israel.
Existem milhares de antigas minas e dezenas de
locais de fundição naquele distrito. O debate atual dos arqueólogos é sobre quem
controlava essas minas, e quando isso ocorreu. As escavações recentes
realizadas no Vale de Timna revelaram ao mundo artefatos do século 10 a.C, o
que coincidiria com o período do rei Salomão. Contudo, especialistas acreditam
que as minas eram exploradas pelos edomitas, um povo que várias vezes guerreou
com Israel.
“Sem dúvida, as minas são do período do rei
Salomão”, assevera o arqueólogo Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv.
“Essas descobertas podem nos ajudar a compreender a sociedade local, pois se
não fossem minas teriam passado despercebidas”.
Desde o ano passado, Ben-Yosef e sua equipe
fazem escavações em uma área conhecida como “Colina dos Escravos”, um local de
fundição inexplorado, que contém centenas de fornos e camadas de cobre restante
da extração do metal.
Embora não existam ruínas arquitetônicas significativas
no local, os arqueólogos encontraram
pedaços de roupas, cordas, tecidos e objetos de cerâmica, além de restos
de alimentos. Foram recolhidas 11 amostras desse material e submetidas a testes
de datação de carbono na Universidade de Oxford, Inglaterra. Os resultados
mostram que os itens datam da época do reinado de Salomão.
Ben-Yosef comemora, “No Vale de Timna,
certamente descobrimos uma sociedade com alto grau de desenvolvimento,
organização e poder”.
A importância da descoberta se dá por que na
arqueologia existe um antigo debate se os reis Davi e Salomão de fato
existiram. Até recentemente, as únicas menção a eles encontravam-se nos textos
do Antigo Testamento e na tradição judaica.
Ben-Yosef acredita que sua descoberta poderá provar que essas figuras
bíblicas tinham controle sobre as minas do Vale de Timna, apelidadas agora de
“as minas do Rei Salomão”.
A descoberta ainda precisa passar pelo longo e
criterioso processo de reconhecimento arqueológico, mas deve entrar para a
história quando for publicada em breve na conceituada revista científica
American Schools of Oriental Research. Parece receber uma importância maior no
momento em que cresce em Israel a possibilidade de se reconstruir o Templo de
Salomão, pois o principal argumento dos muçulmanos que dominam o local é que
não existem provas científicas provando que Salomão sequer existiu. Com informações de Live Science.
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